Bahia

Capacitação e formalização são destaques na 12ª Semana de Valorização do Trabalho Doméstico

A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) deu início à 12ª Semana de Valorização do Trabalho Doméstico, nesta quarta-feira (27), com o objetivo de propagar melhores condições de trabalho para a categoria e promover a formalização da atividade através do registro profissional. A campanha foi lançada durante evento na unidade central do SineBahia, localizada no Terminal de Integração de Pituaçu, em Salvador, e também nas redes sociais.

Ildásio Pitanga, coordenador da Agenda Bahia do Trabalho Decente, vinculada à Setre, destacou que um dos eixos prioritários da Agenda é a valorização do trabalho doméstico. “É uma categoria que sofre com a questão da informalidade e, com a pandemia, esse fato se agravou. Entre outras ações, as unidades do Sinebahia recebem esses trabalhadores para orientar, qualificar e fazer a intermediação para o mercado de trabalho”.

Também presente no evento, a secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira, ressaltou que, embora homens e mulheres possam ser trabalhadores domésticos, mais de 80% desses profissionais são mulheres e negras. “O Governo do Estado vem impulsionando, a partir do incentivo aos postos de trabalho e a valorização da Agenda do Trabalho Decente, para que essa categoria possa, realmente, ter direitos e ser valorizada. O esforço que a Secretaria do Trabalho tem feito é fundamental. A Secretaria de Políticas para as Mulheres [SPM] tem se associado a isso, porque a questão do respeito e da equidade de gênero é algo dentro da agenda do trabalho decente que a ONU tem preconizado”.

Visibilidade e formalização

Hoje presidente do Sindomésticos, Marinalva Barbosa, que está concluindo o curso de Direito, contou que veio para Salvador trabalhar como empregada doméstica aos 18 anos, analfabeta e sem registro de nascimento. “Saí da zona rural de Maragojipe, no Recôncavo, e trabalhei dois anos para juntar dinheiro e voltar à minha cidade para me registrar. Não sabia ler, nem escrever. Pegava ônibus pela cor. Foi uma longa caminhada até aqui”.

Segundo Marinalva, a parceria do Sindomésticos com o Governo do Estado conscientiza esses trabalhadores de que sua atividade é importante e deve ser formalizada. “É um trabalho já reconhecido, mas a falta de contratos formais e da carteira assinada dificulta a garantia de direitos”, afirmou.

Zenilda Oliveira Lima trabalhou 27 anos em uma casa e passou por muitas humilhações. “Durante a pandemia, senti dor no braço direito, fiz um exame e o médico pediu para eu ficar afastada por seis meses para fazer o tratamento. Os patrões não acreditaram no que eu estava sentindo e acharam que eu estava fazendo corpo mole para não trabalhar. Nem com os atestados eles acreditaram em mim. Resolvi fazer um acordo e pedi para sair do serviço. Como já tinha feito um curso técnico de enfermagem, agora estou trabalhando como técnica de enfermagem no Iperba”.

Mostrar Mais

Artigos Relacionados

Deixe um comentário

Botão Voltar ao topo