Religião

Campanha da Fraternidade 2019 foi lançada na Arquidiocese de Salvador durante coletiva de imprensa

Com o objetivo de estimular a participação em Políticas Públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade, a Igreja no Brasil lançou, Domingo (6), a Campanha da Fraternidade 2019. Na Arquidiocese de Salvador, o lançamento da CF aconteceu durante coletiva de imprensa, na Cúria Metropolitana de Salvador, concedidas pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, pelo presidente da Ação Social Arquidiocesana (ASA), diácono Itamar Mendes, e pelo articulador da ASA, Thiago Correia.

Ao apresentar o tema da CF, que este ano é “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela Justiça”, Dom Murilo falou sobre a importância da participação dos cristãos tanto na política, quanto na formulação de Políticas Públicas. “A participação do cristão na política é uma forma de caridade, é uma forma de amor, é uma forma de a pessoa faze o bem ao outro. O cristão deve participar da vida pública, não só como político, como alguém que assume um cargo. A Igreja, então, incentiva a participação em debates, em pastorais sociais e em tudo aquilo que vai ajudar as pessoas”, afirmou.

A CF 2019 busca conhecer como são formuladas e aplicadas as Políticas Públicas estabelecidas pelo Estado brasileiro. De acordo com o Texto-base, preparado pela Comissão Nacional da Campanha da Fraternidade, o tema escolhido “impacta diretamente na vida dos brasileiros, sobretudo dos mais vulneráveis. Falar de ‘Políticas Públicas’ não é falar de ‘política’ ou de ‘eleições’, mas significa se referir a um conjunto de ações a serem implementadas pelos gestores públicos, com vistas a promover o bem comum, na perspectiva dos mais pobres da sociedade”.

“Política é o exercício do poder através de um representante, dentro de um partido. Isso é bom, é necessário, é democrático, e a gente vê que é a melhor forma de garantir os direitos. Já a Política Pública é o exercício do poder em vista do bem comum. Podemos dizer que cabe às Políticas Públicas a identificação de um problema; depois, a formulação de uma política: o que vamos fazer para resolver este problema?; depois tomar uma decisão; depois, a implementação: coloca-se em prática aquilo que foi decidido; e, finalmente, avaliar: foi bom? Deu resultado?”, esclareceu Dom Murilo.

Como em anos anteriores, a Campanha da Fraternidade está dividida nos métodos “Ver”, “Julgar” e “Agir”. A partir do método “Ver”, os cristãos são convidados a refletir e a compreender a maneira pela qual as Políticas Públicas atingem a vida cotidiana, bem como o que pode ser feito para melhor formatá-las e quais são as possibilidades de se aprimorar a fiscalização. É, também, nesta primeira parte que a sociedade é alertada sobre os tipos, as razões, as condicionantes e os ciclos das Políticas Públicas.

No método “Julgar” a CF 2019 apresenta a fundamentação bíblica sobre as Políticas Públicas. Além dos textos bíblicos, vários documentos Pontifícios são citados. E no método “Agir” são indicadas ações para a participação nas discussões, elaboração e execução das Políticas Públicas. “Ao reconhecer que a fraternidade exige Políticas Públicas e que elas são condicionantes para se vive em fraternidade, a Igreja Católica, através desta Campanha, nos desafia a testemunhar a justiça participando efetivamente da política, quer seja defendendo, exigindo ou construindo Políticas Públicas que assegurem a vida e a dignidade das pessoas”, escreve, no Texto-base, a Comissão Nacional da CF 2019.

CF 2019 na prática

Para o bom desenvolvimento da CF, a Arquidiocese de Salvador conta com o serviço e a missão da Ação Social Arquidiocesana (ASA) que, por meio das pastorais sociais e de projetos, coloca em prática o tema abordado. “A Campanha da Fraternidade é um sinal que a Igreja dá para o povo. Porém, não só um sinal é necessário. É necessária ação e esta ação a Arquidiocese desenvolve por meio de um instrumento social, que faz este trabalho. Trabalhamos com as pastorais sociais, com projetos, como o Levanta-te e Anda, que acolhe o Povo de Rua”, afirma o diácono Itamar Mendes.

O articulador da ASA, Thiago Correia, pontuou inúmeras ações de Políticas Públicas já desenvolvidas pelas pastorais sociais da Arquidiocese de Salvador. “Precisamos pensar nas iniciativas que já existem. Aqui nós temos algumas iniciativas com as pastorais sociais, movimentos e projetos. Ações que vão pensar as políticas públicas ao longo do ano. Estamos nos Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente, estamos no Conselho Municipal de Pessoas em Situação de Rua, estamos no Conselho Municipal do Idoso, estamos no Conselho Municipal de pessoas que convivem com HIV/Aids. Então, ao longo do período, nós estamos acompanhando como essas políticas públicas estão realmente acontecendo na sociedade, e pensando enquanto Igreja como nós podemos colaborar para que as demandas existentes da sociedade possam chegar nestes espaços de formulação e implementação de políticas públicas”, disse.

Durante a coletiva, Dom Murilo lembrou, ainda, sobre o Seminário da CF, promovido pela ASA, no dia 24 de fevereiro deste ano. “Nós tivemos um encontro sobre a Campanha da Fraternidade, com a  presença de 320 pessoas de todas as paróquias, que agora levaram para as suas paróquias o que ouviram sobre o que é o tema e o lema da Campanha da Fraternidade e verão, juntos, o que pode ser feito em suas comunidades. Com isso, eu tenho certeza que a Igreja está dando uma grande colaboração para uma causa que é de todos, que é para o bem de todos”, disse Dom Murilo.

Subsídios

Além do texto-base, outros materiais foram produzidos para dar apoio nesta missão: círculos bíblicos, que trazem aprofundamento da Palavra de Deus; sugestão de celebração ecumênica, para reunir pastores e representantes de outras Igrejas na preparação desse evento; a Cartilha Fraternidade Viva, rodas de conversa com a perspectiva de aprofundar-se no tema e a vigília eucarística e celebração da misericórdia.

Pensando nos jovens, a Comissão para a Juventude da CNBB preparou um material que é direcionado a juventude das diversas realidades eclesiais, para que sejam contagiados pela Luz de Cristo. Aos educadores, por ter um papel fundamental na sociedade, fazendo com que os educandos sejam sempre esclarecidos sobre a sua realidade e as possibilidades de melhor desenvolver a sociedade, foi preparado subsídios para o Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e Ensino Superior.

Cartaz CF 2019

Levando em consideração que as Políticas Públicas dizem respeito a toda a sociedade em suas várias dimensões, e que visam assegurar os direitos humanos mais elementares para que cada pessoa tenha condições de viver com dignidade, o autor do cartaz da CF 2019, padre Erivaldo Dantas, buscou ressaltar na arte, através de silhuetas, a presença de algumas categorias sociais que considera importante para a reflexão da Igreja e da sociedade.

A escolha da obra vencedora foi feita pelo Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da CNBB, e devia obedecer especificações estipuladas no edital do concurso, entre as quais evidenciar o tema da CF 2019: “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça (Is 1,27)”.

Campanha da Fraternidade

Realizada pela primeira vez em 1961, pela Cáritas Brasileira, a Campanha da Fraternidade foi crescendo ano a ano sempre com os objetivos que visam “despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; e renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na nova evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja)”.

A Campanha da Fraternidade é lançada sempre na Quarta-feira de Cinzas – dia em que tem início a Quaresma – e as atividades como, por exemplo, formações, palestras, encontros e mobilizações acontecem ao longo de todo o ano.

Fonte: Arquidiocese de São Salvador

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